Nos últimos anos, os tratamentos estéticos têm incorporado cada vez mais substâncias inovadoras, visando resultados rápidos e eficazes. Uma dessas inovações é o uso do PDRN (Polinucleotídeo de Salmão), um composto derivado do esperma do salmão, que tem ganhado popularidade por suas alegadas propriedades regenerativas e rejuvenescedoras. A proposta é que o PDRN estimule a produção de colágeno e elastina, melhorando a textura da pele e promovendo uma aparência mais jovem e saudável.
O PDRN é composto por três ingredientes principais: o DNA extraído do espermatozoide do salmão, o ácido hialurônico não reticulado e a niacinamida. O DNA do salmão é considerado altamente compatível com o DNA humano, o que potencializa sua ação regenerativa. O ácido hialurônico proporciona hidratação profunda, enquanto a niacinamida atua como um potente clareador e antioxidante, auxiliando na uniformização do tom da pele e na redução de manchas.
Apesar dos benefícios aparentes, é importante destacar que o uso do PDRN no Brasil ainda enfrenta limitações. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não autorizou a comercialização do PDRN para uso injetável, restringindo sua aplicação a cosméticos de uso tópico. Isso significa que, embora existam produtos que contenham PDRN, eles não podem ser aplicados por meio de agulhas ou microagulhamento, práticas comuns em procedimentos estéticos mais invasivos.
A dermatologista Lilia Guadanhim alerta para os riscos associados ao uso injetável do PDRN, especialmente em procedimentos não autorizados. Segundo ela, a aplicação inadequada pode resultar em efeitos adversos, como infecções, reações alérgicas e até anafilaxia. Além disso, a eficácia do PDRN injetável ainda carece de estudos científicos robustos que comprovem seus benefícios a longo prazo.
É fundamental que os pacientes estejam cientes dessas limitações e busquem orientação profissional antes de optar por tratamentos que envolvem o PDRN. Consultar um dermatologista qualificado é essencial para avaliar as necessidades individuais da pele e determinar a melhor abordagem terapêutica. O uso de substâncias não regulamentadas pode colocar em risco a saúde e a segurança do paciente.
Por fim, embora o PDRN represente uma fronteira promissora nos tratamentos estéticos, é crucial que sua aplicação seja realizada de forma responsável e dentro dos parâmetros estabelecidos pelos órgãos reguladores. A busca por resultados rápidos não deve comprometer a saúde, e a escolha por procedimentos estéticos deve sempre priorizar a segurança e o bem-estar do paciente.
Autor: Mikhail Nikolai