Nos últimos anos, a procura por cirurgia plástica na terceira idade tem crescido de forma expressiva no Brasil, refletindo mudanças sociais, demográficas e comportamentais da população. Com o aumento da expectativa de vida e a valorização do bem-estar, homens e mulheres com mais de 60 anos têm buscado alternativas para se sentirem melhor com a própria imagem. A cirurgia plástica na terceira idade deixou de ser vista como tabu e passou a representar uma ferramenta para reforçar autoestima, manter a saúde mental e garantir uma rotina com mais disposição e autoconfiança.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, houve um crescimento de aproximadamente 20% nos procedimentos realizados em pessoas com mais de 60 anos ao longo da última década. Este crescimento da cirurgia plástica na terceira idade acompanha o avanço do envelhecimento populacional no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, até 2030 o Brasil ultrapassará a marca de 30 milhões de idosos, o que tornará ainda mais comum a procura por procedimentos estéticos e reparadores entre esse público.
Os procedimentos mais solicitados no universo da cirurgia plástica na terceira idade são o lifting facial, a cirurgia de pálpebras, a lipoaspiração em regiões específicas e também a mamoplastia redutora, que ajuda a aliviar dores nas costas e melhorar a postura. Há ainda uma forte demanda por cirurgias reparadoras, como a retirada de excesso de pele após grandes emagrecimentos, geralmente causados por reeducação alimentar ou cirurgia bariátrica. Esses procedimentos, além de melhorarem a estética, também influenciam positivamente na mobilidade e no conforto diário do paciente.
A motivação dos pacientes da terceira idade que recorrem à cirurgia plástica vai além da vaidade. Estudos apontam que os impactos psicológicos positivos são evidentes após os procedimentos. A cirurgia plástica na terceira idade tem se mostrado capaz de reduzir quadros de depressão leve, melhorar a autopercepção e facilitar a socialização, especialmente entre pessoas que se sentiam limitadas ou inseguras com a aparência física. Isso prova que o aspecto emocional é tão importante quanto o físico nesse tipo de decisão.
Apesar do aumento da procura, especialistas alertam que a cirurgia plástica na terceira idade exige cuidados redobrados. Avaliações pré-operatórias mais rigorosas são fundamentais para garantir a segurança do paciente. A recomendação é que sejam realizados exames clínicos detalhados, inclusive cardiológicos e laboratoriais, com acompanhamento de especialistas como clínicos gerais e anestesistas. Doenças crônicas como diabetes e hipertensão precisam estar sob controle para que o procedimento ocorra sem riscos elevados.
As taxas de complicações em pacientes idosos são ligeiramente mais altas do que em adultos jovens, mas a cirurgia plástica na terceira idade, quando bem planejada e executada por profissionais habilitados, apresenta benefícios que superam os riscos. A escolha do cirurgião é crucial. Deve-se priorizar médicos com formação reconhecida, filiados à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e que atuem em hospitais ou clínicas com estrutura adequada e certificações da Anvisa.
Outro ponto importante a ser considerado é o acompanhamento psicológico, principalmente para alinhar expectativas e garantir que a cirurgia plástica na terceira idade seja vista como uma etapa de cuidado pessoal e não como uma tentativa de rejuvenescer de forma artificial. O ideal é que o procedimento complemente uma vida ativa, saudável e em constante renovação. Para muitos pacientes, é uma forma de se reencontrar com a própria identidade e se valorizar em uma fase da vida que ainda tem muito a oferecer.
A cirurgia plástica na terceira idade representa uma transformação não apenas no corpo, mas na forma como a sociedade enxerga o envelhecimento. Envelhecer com dignidade também passa por cuidar da aparência, desde que isso reflita um desejo genuíno de se sentir bem. Cada vez mais, idosos optam por investir em si mesmos, utilizando a cirurgia plástica na terceira idade como um recurso legítimo de saúde, estética e autoconfiança. Essa tendência reforça a importância de olhar para o envelhecimento com respeito, atenção e possibilidades reais de bem-estar.
Autor: Mikhail Nikolai