A inteligência artificial (IA) está se tornando uma ferramenta valiosa na dermatologia, contribuindo para aumentar a precisão diagnóstica, simplificar fluxos de trabalho e desenvolver planos de tratamento mais eficazes. No entanto, a adoção dessa tecnologia na dermatologia estética ainda está em seus estágios iniciais. À medida que os profissionais da área começam a explorar as possibilidades oferecidas pela IA, as expectativas em relação a suas aplicações continuam a crescer.
De acordo com o Dr. Jeffrey Dover, médico e codiretor do SkinCare Physicians nos Estados Unidos, os dermatologistas estéticos estão utilizando a IA principalmente para o gerenciamento de pacientes, de maneira semelhante ao que os dermatologistas clínicos têm feito. Essa tecnologia permite que os profissionais otimizem suas consultas e melhorem a experiência do paciente, tornando o atendimento mais eficiente e personalizado.
O Dr. Jeffrey e sua equipe utilizam ferramentas de IA para determinar a duração ideal das consultas e o tipo apropriado de atendimento a ser realizado. Além disso, a IA é empregada para enviar lembretes de consultas, o que tem contribuído para a redução de cancelamentos de última hora e faltas. Essa aplicação prática da IA demonstra como a tecnologia pode facilitar a comunicação e o relacionamento entre médicos e pacientes.
Entre as inovações em estudo na dermatologia estética, destacam-se técnicas de reconhecimento de imagem baseadas em algoritmos de aprendizado profundo. Essas técnicas são utilizadas para avaliar o conteúdo de água na pele dos pacientes, um parâmetro essencial para determinar a qualidade da pele antes e depois dos tratamentos. Essa análise detalhada pode ajudar os dermatologistas a personalizar as abordagens de tratamento de acordo com as necessidades específicas de cada paciente.
Além disso, algoritmos de aprendizado profundo associados à tecnologia de visão computacional têm sido utilizados para identificar finas linhas de expressão. Essa identificação é crucial para determinar as opções de tratamento mais eficazes, permitindo que os profissionais ofereçam soluções mais precisas e adequadas às condições da pele de cada paciente. Essa abordagem baseada em dados pode melhorar significativamente os resultados dos tratamentos estéticos.
Na área de análise cutânea, tecnologias de imagem assistidas por IA, como o LifeViz Micro e o VISIA Skin Analysis System, são ferramentas valiosas. Elas permitem a avaliação de diversas características da pele, como a presença de rugas, poros, pigmentação e textura, além de lesões causadas por raios ultravioleta. Essas informações ajudam os dermatologistas a recomendar tratamentos ou rotinas de cuidados personalizados, aumentando a eficácia dos procedimentos.
No entanto, a definição de um tratamento “bem-sucedido” pode ser complexa. O Dr. Jeffrey compartilha uma experiência com um cirurgião plástico que utilizou uma ferramenta de IA para avaliar a melhora após um lifting facial. Embora a IA tenha indicado uma melhora de 94% em várias áreas, a paciente expressou insatisfação com a aparência final. Essa situação ressalta a importância de considerar a percepção do paciente, além dos dados quantitativos fornecidos pela tecnologia.
Em resumo, a inteligência artificial está começando a transformar a dermatologia estética, oferecendo novas possibilidades para o diagnóstico e tratamento. Embora ainda haja desafios a serem superados, as aplicações promissoras da IA têm o potencial de melhorar a experiência do paciente e os resultados dos tratamentos. À medida que a tecnologia avança, espera-se que mais dermatologistas adotem essas inovações, promovendo uma abordagem mais eficaz e personalizada na busca pela beleza real.